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Marketing Scarecity

  • Foto do escritor: Pedro Paupério
    Pedro Paupério
  • 23 de jun. de 2024
  • 1 min de leitura

Atualizado: 29 de dez. de 2024

Há algo quase mágico na palavra "esgotado". É como um feitiço que transforma o comum em exclusivo, o acessível em inalcançável. O marketing da escassez sabe jogar com esta magia, despertando em nós uma urgência irracional que nos leva a correr atrás de produtos como se fossem o último copo de água num deserto.

Lojas anunciam “quantidades limitadas” e relógios digitais contam regressivamente o tempo que resta para garantir o produto dos teus sonhos. Nessa corrida contra o tempo, a mente esquece o essencial e foca-se no superficial: "E se eu ficar sem?" É um jogo psicológico, e os mestres deste jogo conhecem bem as regras.


Há um paradoxo curioso na estratégia da escassez: quanto mais inacessível um produto se torna, maior é o desejo de o possuir.


Não importa se nunca ouviste falar daquela marca de ténis ou daquela edição especial de um relógio; basta ouvir “últimas unidades” para a mente criar um vazio que só será preenchido ao comprar o artigo.

O truque está em criar uma sensação de exclusividade. Não compraste apenas um produto, compraste o direito de te juntares a um grupo especial de privilegiados. Os consumidores tornam-se quase colecionadores, investindo em algo que talvez nunca precisem apenas porque "não estará disponível amanhã".

Mas, como em qualquer feitiço, há um preço. A falsa escassez pode deixar-nos reféns do impulso. Acreditamos estar a fazer uma escolha racional quando, na verdade, somos levados pelo medo de perder.

Resta-nos uma reflexão: o marketing da escassez é uma manipulação ou uma resposta a desejos humanos básicos? Seja como for, o próximo "produto limitado" já está a caminho, e o contador está a correr. Vais resistir?

 
 
 

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