O Golpe de Mestre do Marketing
- Pedro Paupério
- 7 de mar.
- 3 min de leitura
Atualizado: 8 de mar.
No vasto e competitivo mundo do marketing, há produtos revolucionários como o iPhone, a Coca-Cola e… uma pedra. Sim, uma pedra.
Mas não uma pedra qualquer, uma Pet Rock – a criação mais brilhante da história do capitalismo.

Foi em 1975 que um génio do marketing chamado Gary Dahl olhou para o mercado, analisou as tendências, estudou as necessidades dos consumidores e pensou:
“E se vendêssemos… nada?”
E assim nasceu a Pet Rock, um seixo comum dentro de uma caixa de cartão com palha, vendida como o animal de estimação perfeito
– não precisa de comida, não ladra, não foge e nunca morre.
Um conceito brilhante para todos aqueles que sempre quiseram a responsabilidade de um tamagotchi, mas com menos emoções do que um cacto.
O Segredo do Sucesso? Marketing Puro.
O produto em si é literalmente uma pedra que se pode apanhar na rua de graça, mas o que importava não era a pedra – era a história.
A embalagem vem com um manual de treino, que ensina truques como “ficar quieto” e “não fugir”, tornando a experiência hilariante.
De repente, algo sem qualquer valor real ganhava identidade.
Isto não era um calhau, era um conceito.
E o melhor? As pessoas compraram. Milhões delas.
Durante seis meses, antes que alguém percebesse que estava a dar dinheiro por um pedaço de cascalho, Gary Dahl vendeu 1,5 milhões de pedras a 4 dólares cada.
Num mercado onde as empresas gastam milhões a convencer-nos de que precisamos de mais um gadget que faz exatamente o mesmo que o anterior, Dahl provou que a criatividade vale mais do que o produto em si.
Lições de Marketing que Podemos Tirar do Pet Rock
A história vende mais do que o produto – Se venderam uma pedra, podes vender qualquer coisa.
A exclusividade é uma ilusão – O segredo está em transformar um objeto banal numa tendência.
O humor vende – As pessoas compraram porque era engraçado, e o marketing soube brincar com a ideia.
Outros exemplos de sucesso semelhantes:
Supreme Brick

A marca de streetwear Supreme decidiu lançar um tijolo. Sim, um tijolo.
Sem Wi-Fi, sem Bluetooth, sem carregador rápido – só um pedaço de barro cozido com o logótipo da marca.
Preço de fábrica? Uns cêntimos.
Preço de venda? 30 dólares.
Preço de revenda? Até 1.000 dólares.
O tijolo esgotou em minutos, e os fãs da marca correram para comprar um objeto que, tecnicamente, já estava espalhado pelas ruas de qualquer cidade, mas sem o branding adequado.
O valor não está no produto, mas na percepção de exclusividade.
NoPhone

Se vender pedras e tijolos já parece absurdo, então prepara-te para o NoPhone, um retângulo de plástico criado para “substituir” os smartphones e ajudar as pessoas a combater a dependência digital.
O produto foi ao Shark Tank, onde os criadores tentaram convencer investidores a apostar num objeto que não tem ecrã, não liga, não vibra e não faz absolutamente nada.
Existia ainda a possiblidade de comprar o Selfie Update, que permite "tirar selfies", na realidade é apenas um espelho colado num pedaço de plástico.
Para o espanto de todas as pessoas, não receberam investimento – mas venderam mais de 30.000 unidades.
O truque? Venderam um problema e depois venderam a solução… que era basicamente nada.
É o equivalente a vender água a quem está com sede, mas dizer que é “experiência líquida premium”.
A verdade é que o golpe tá aí, cai quem quer...
Como tudo no marketing, o segredo está em ser o primeiro a vender areia no deserto… antes que alguém se lembre de engarrafá-la e chamar-lhe “poeira vulcânica exótica”.
Comments