Matar a Sede ao Marketing
- Pedro Paupério
- 8 de mar.
- 2 min de leitura
Vender água engarrafada não devia ser difícil, certo? Mas num mercado saturado por marcas como Evian, Fiji e Voss, todas a tentar parecer luxuosas e puras, havia espaço para algo completamente diferente.
E foi exatamente isso que a Liquid Death fez: pegou na coisa mais básica do planeta – água – e transformou-a numa lata que parece uma cerveja artesanal ou uma bebida energética hardcore.
O resultado?
Uma marca irreverente que cresceu a um ritmo alucinante e se tornou um fenómeno de marketing.
Marketing Rebelde: "Matar a Sede" (Literalmente)
O nome Liquid Death já diz tudo.
Em vez de seguir a estética clean e minimalista das marcas premium, decidiram ir pelo caminho oposto: uma identidade visual agressiva, com caveiras e um slogan que promete “matar a tua sede”.
E funcionou! A marca transformou uma lata de água num símbolo de atitude e irreverência, apelando a um público jovem que rejeita a ideia de que água é “aborrecida”.
O design da lata faz com que seja confundida com álcool, tornando-a "aceitável" para festivais e festas, onde muitas vezes a garrafa de plástico pode parecer "uncool".
Marketing Viral e Humor Negro
A Liquid Death não vende apenas água – vende uma experiência de marca.
Desde os seus vídeos de marketing, que parecem trailers de filmes de terror, merchandising, até campanhas publicitárias absurdas, tudo é pensado para ser partilhável.
Alguns exemplos?
Criaram uma campanha onde "vendiam a alma das pessoas" por um desconto no site.
Lançaram um álbum de death metal feito com sons de água a ser despejada.
Venderam água misturada com tinta como "bloody water" para uma campanha ambiental.
Cada ação gera buzz, memes e milhões de visualizações – sem precisar de gastar rios de dinheiro em anúncios tradicionais.
A Lição da Liquid Death
A Liquid Death prova que até um produto simples pode ser revolucionado com a estratégia de marketing certa.
Em vez de competir com as marcas tradicionais, criaram um conceito completamente novo: "água para punks, metaleiros e rebeldes".
O que aprendemos com isto? A diferença entre um produto banal e um fenómeno viral pode estar apenas na forma como é contado.
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